Ao contrário do que muitos tutores pensam, alguns sinais não indicam apenas que um cão se tornou ranzinza, agressivo ou medroso por causa da idade; na verdade, esses sinais podem estar associados a um problema muito mais sério, embora ainda pouco diagnosticado: a síndrome da disfunção cognitiva canina.
O que é a síndrome da disfunção cognitiva canina?
A síndrome da disfunção cognitiva canina (SDCC) é uma doença neurodegenerativa crônica e progressiva, que acomete cães idosos, independentemente da raça ou sexo.
Por conta de suas características, a SDCC é muito comparada à doença de Alzheimer. E assim como a condição que atinge os humanos, a síndrome da disfunção cognitiva também afeta mais os cães idosos. Nesse sentido, é importante lembrar que o envelhecimento dos cães segue um ritmo diferente de acordo com o porte. Isso porque, quanto maior é o cão, mais rápido é o seu envelhecimento.
De acordo com estudos, a SDCC acomete metade dos cães acima de 11 anos e 70% dos cães com mais de 15 anos, sendo que os cães de porte grande e gigante podem começar a manifestá-la a partir dos 6 anos de idade.
Diagnóstico e tratamento
Existe um fator que complica bastante o diagnóstico da SDCC: o fato de muitos dos sintomas serem vistos como normais em cães idosos. Os sinais clínicos da síndrome da disfunção cognitiva canina, dependendo do caso, podem aparecer com uma sintomatologia clássica ou apresentar apenas um sintoma, por isso, o tutor deve ficar bem atento ao comportamento diário do seu cão.
Para garantir o diagnóstico correto da SDCC, o veterinário deve confirmar com os tutores a existência de pelo menos quatro dos seguintes sintomas: desequilíbrio no padrão do sono, dificuldades de percepção, falta de apetite, choro e latidos excessivos, desorientação, necessidades no lugar errado, indisposição para brincar e até mesmo agressividade.
O prognóstico é ruim se a doença está já num estado avançado de sua evolução. Apesar disso, se for identificada a tempo, o progresso pode ser impedido. Por isso, fique sempre atento a qualquer mudança no comportamento do seu cão e, ao notar os primeiros sinais de declínio cognitivo, consulte um veterinário!
A SDCC não tem exatamente uma cura e tende a ser progressiva, mas pode ser retardada quando o tutor a identifica no começo e também por meio de mudanças na dieta, uso de vitaminas, antioxidantes e medicamento específicos.
Então, para ajudar na prevenção, leve seu cão a um veterinário de sua confiança para check-ups semestrais. Pois, a partir do momento em que seu o seu cão se torna idoso, alterações importantes na saúde podem aparecem de uma hora para outra.
Dica! Proporcione um ambiente interessante ao seu cão idoso. Sirva as refeições de forma criativa e instigante (dentro de brinquedos interativos, por exemplo), em temperaturas alternadas (mornas ou frias) e em pedaços diferentes (pedaços maiores e menores).
Assim como acontece com nós, o cérebro dos cães também envelhece e parte de suas capacidades fica debilitada. Essa condição acaba afetando a relação do tutor com o animal e, inevitavelmente, piora a qualidade de vida de todos.
Então, independentemente do que acontecer, depois de uma vida de amor incondicional e companheirismo, os cães mais velhos merecem todo o cuidado e consideração que possamos dar; e eles continuarão, sem dúvida, a retribuir o amor que é recebido.
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