Todo mundo sabe que o cão é o melhor amigo do homem, mas além de todo o companheirismo e lealdade, quem convive com um cão sabe também que, mesmo nos dias mais difíceis, uma simples abanada de rabo ou um convite para brincar já costumam ser suficientes para nos fazer sorrir.
Não à toa, os cães vêm sendo de extrema importância na área da saúde, sendo poderosos antídotos contra a depressão, levando alegria, oferecendo uma espécie de apoio incondicional e também promovendo a interação daqueles que precisam passar por um período de internação ou algum tratamento mais intensivo.
A terapia com cães na recuperação de pacientes não é algo novo, mas está sendo cada vez mais adotada por hospitais pediátricos, clínicas de repouso e clínicas para dependentes químicos no tratamento de várias doenças em todos os tipos de paciente. Chamada de Terapia Assistida por Animais (TAA), o método ajuda não apenas no tratamento de doenças e no suporte a pessoas acamadas e hospitalizadas, como também em casos como autismo, transtornos alimentares e cognitivos comportamentais (dependências químicas, hiperatividade), doenças psiquiátricas e pessoas de todas as idades com necessidades específicas, incluindo deficiências mentais ou físicas.
Como funciona a terapia com cachorros?
A Terapia Assistida por Animais é uma técnica cientificamente comprovada, cujo objetivo é ajudar a promover o bem-estar físico, emocional, social e cognitivo de pacientes.
Mas não basta simplesmente colocar um paciente para interagir livremente com o cão de alguém! A terapia possui uma série de protocolos que devem ser seguidos para ser considerada de fato eficaz. Por isso a interação deve ser intermediada por um profissional especializado, sendo que as atividades realizadas são escolhidas de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.
Entre algumas variações, existem três modalidades de tratamento com cães de terapia:
Terapia Assistida por Animais (TAA): consiste num tratamento dirigido com objetivos claros e previamente definidos.
Atividade Assistida por Animais (AAA): mais espontânea, é voltada para a socialização e distração do paciente, proporcionando benefícios emocionais para o tratamento.
Educação Assistida por Animais (EAA): recomendada especialmente para pacientes com deficiências cognitivas, nela o cão atua como um recurso pedagógico, estimulando a aprendizagem.
Em todos os casos, mais do que como um animal de estimação, o cão atua como um cuidador, ajudando a diminuir o medo e a ansiedade, que dificultam os tratamentos. Na fisioterapia, por exemplo, a assistência de animais torna as sessões mais leves, divertidas e ajuda a diminuir a resistência aos exercícios.
Tudo isso porque, além de tirar o foco do problema de saúde, estudos mostram que a interação com animais estimula a liberação de uma série de substâncias associadas ao bem-estar.
Benefícios da Cãoterapia
A terapia envolvendo animais é uma área amplamente estudada e os resultados são muito positivos!
Segundo alguns estudos, o contato com os animais ajuda a liberar os chamados “hormônios do bem”, aumentando a produção de endorfina (considerada um analgésico natural) e serotonina (que atua no cérebro regulando humor, sono e apetite). De quebra, também ajuda a diminuir os índices de cortisol (o hormônio do estresse) e a pressão arterial.
No tratamento do câncer, que envolve quimioterapia e radioterapia, os animais ajudam a desviar o foco da doença, que traz muito desgaste físico e mental. Na oncopedriatria, a introdução de um animal, como forma de intervenção terapêutica, já foi descrita em artigos gerando impactos positivos na saúde de crianças e adolescentes.
Esse processo colabora para aumentar a autoestima, compensar déficits afetivos e melhorar a interação social com a família e a equipe em saúde, funcionando como uma ponte entre o terapeuta e o paciente. Além disso, também é observado o efeito dessa terapia em pacientes idosos, pois auxiliam no controle do nível de pressão através do estímulo de descontração, relaxamento e redução da ansiedade.
Os cães não precisam estar somente dentro dos hospitais ou nas clínicas de tratamento contra o câncer. Em casa mesmo eles podem, além de muito amor, oferecer inúmeros benefícios para a recuperação do seu tutor. Por exemplo, melhora na autoestima, aumento da mobilidade e atividade muscular e redução da ansiedade e da agressividade em relação ao tratamento do câncer.
Não há uma recomendação específica de quais pacientes com câncer podem ser ajudados pela companhia de cães. Na realidade, qualquer paciente pode ser beneficiado. Só é preciso ter atenção a algumas contraindicações, como medo de animais, alergia, problemas de respiração ou imunidade muito baixa.
Como um cão pode se tornar um terapeuta?
Este trabalho é constantemente realizado com cães que possuem treinamentos específicos, adestramento compatível e com personalidade própria para lidar com todos os tipos de pessoa, desde crianças a idosos.
Para participar destes projetos, os cães são submetidos a avaliações de estresse e comportamento, com a finalidade de que possam interagir e conviver pacificamente com outros indivíduos. Também é necessário que o cão esteja vinculado a alguma iniciativa que promova esses encontros.
Existem ONGs especializadas no treinamento de cachorros, para que se tornem terapeutas. Logo nos primeiros meses de vida do cão, esse treinamento tem foco especial na socialização do cão, uma vez que ele deverá lidar com diferentes tipos de pessoa e de interação.
Vale lembrar que as questões sanitárias também são muito importantes! Além de treinados, os cães terapeutas devem ser devidamente vacinados, vermifugados e protegidos contra ectoparasitas. Como parte do protocolo, eles também passam por uma higienização rigorosa antes de entrar em contato com pacientes, pois muitos estão com o sistema imunológico fragilizado.
Existem algumas raças que possuem um perfil mais próximo ao que se busca em uma terapia, como: Golden Retriever, Labrador, Bernese Mountain Dog, e também os SRDs; mas é importante destacar que não é apenas a raça que conta, vários fatores da personalidade do animal são analisados durante o processo.
E saiba que a terapia não é benéfica apenas para os pacientes, mas também para os cães que estão sempre em contato com outras pessoas, se mantendo ativo e sociável com outros animais e humanos.
AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas neste blog devem apenas ser utilizadas para fins informativos, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado.
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